Undime solicita ao MEC que comunidade escolar seja prioridade na vacina da Covid-19
A Undime, enquanto instituição que congrega os dirigentes responsáveis pela gestão da educação pública nos 5.568 municípios e que representa a oferta da educação para mais de 23 milhões de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, solicitou ao Ministério da Educação (MEC), que o público da educação tenha prioridade no acesso à vacina da Covid-19.
De acordo com o Censo Educacional de 2019, 38,7 milhões de estudantes frequentam as redes federal, estaduais e municipais de educação. Já a rede privada atende 9,1 milhões de alunos. São 2,7 milhões de docentes e quase 2 milhões de profissionais de apoio à atividade educacional. Esses dados indicam que a comunidade educacional é formada por 52,5 milhões de pessoas, que representa ¼ da população brasileira.
O retorno às aulas presenciais, mesmo considerando que todas as escolas tenham as condições necessárias de enfrentamento ao coronavírus e que os protocolos sanitários estejam sendo implementados e cumpridos, oferece riscos de contaminação exponencial.
O presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci (SP), entregou carta ao Ministro da Educação Milton Ribeiro, em que reitera essas questões apontando tais dados e solicita que o MEC lidere as discussões sobre o processo de retorno às aulas presenciais no âmbito da educação básica, bem como faça articulação junto ao Ministério da Saúde no sentido de proporcionar a vacinação da comunidade escolar (estudantes, profissionais e trabalhadores em educação, gestores), visto que no momento de retorno às aulas e no período pós-pandemia, demandarão muito cuidado e proteção.
“Nós temos um desafio muito grande. O público a que nos referimos representa ¼ da população brasileira. Quando cruzado com grupos de risco sabemos que alguns já serão contemplados, mas ainda assim temos uma parte muito grande que não estará. Nas pequenas e médias cidades a escola movimenta cerca de 70% dos seus habitantes, assim é importante que na discussão para os critérios, essa população seja observada. Seria, inclusive, uma boa estratégia para começar a estancar o processo da pandemia. A Undime tem uma preocupação muito grande com a educação infantil, por muitas vezes as crianças serem assintomáticas e, com isso, são transmissoras e podem levar o vírus para a casa e a vacina dará segurança às famílias”, explica Garcia.
O presidente da Undime reforça a preocupação com a saúde dos profissionais da educação e reitera que o retorno às aulas presenciais, com toda a segurança exigida pela pandemia, somente deve acontecer após uma vacinação massiva.
Além disso, na carta entregue em mãos ao ministro, a Undime solicita, entre outras coisas, apoio técnico e financeiro para a oferta de aulas não presenciais e para a retomada das aulas presenciais quando houver condições de segurança sanitária; e a discussão sobre o processo de reorganização dos calendários letivos das redes municipais e estaduais de educação, para que aconteça de maneira articulada, considerando a oferta da alimentação e transporte escolar e a existência de professores vinculados às duas redes.
Pontos como a tramitação e votação da Lei de Regulamentação do Fundeb e do Sistema Nacional de Educação também foram elencados como estratégicos no aspecto da política pública educacional.
Fonte/ Foto: Undime