10º Encontro Territorial Baiano de Educação do Campo, proporciona reflexões, desafios e proposições para a Educação no Campo
O 10º Encontro Territorial Baiano de Educação do Campo teve início nesta quinta-feira, 04 de dezembro, no auditório Glauber Rocha, na UESC em Vitória da Conquista. O evento reúne educadores, gestores públicos, representantes de movimentos sociais e comunidades do campo, com o objetivo de promover o diálogo e a troca de experiências sobre os desafios e as conquistas da Educação do Campo na Bahia.
Abertura Oficial
A cerimônia de abertura começou às 8h50, reunindo autoridades e representantes de diversas instituições parceiras, como a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME) e a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC/BA).
Entre as autoridades presentes, destacaram-se o representante dos Secretários Municipais de Educação, o representante dos Conselhos Municipais de Educação, coordenadores territoriais e municipais e líderes de movimentos estudantis e de educadores do campo. A mesa de abertura refletiu o compromisso das instituições e atores envolvidos com a qualidade e a valorização da educação nas áreas rurais da Bahia.
1ª Mesa Temática: Desafios para a Formação de Educadores do Campo
Às 9h30, teve início a primeira mesa temática do encontro, que abordou um dos principais desafios da educação no campo: a formação dos educadores e educadoras que atuam em contextos rurais e florestais. Com o tema “Desafios e proposições para a Formação do Educador e Educadora do Campo, das Águas e das Florestas”, o debate contou com a participação da Profa. Ma. Polyana Nascimento Reis (SEC/BA) e do Prof. Dr. Rafael Farias Ferreira (UFPB), e foi mediado pela Dra. Arlete Ramos dos Santos (UESB).
A mesa discutiu a necessidade de uma formação pedagógica que contemple as especificidades da vida no campo e nas áreas de águas e florestas, considerando as realidades culturais, ambientais e sociais dessas comunidades. Foram propostas ações que integrem as escolas do campo a processos educativos mais amplos, focados na valorização da identidade local e na sustentabilidade ambiental.
Mobilização Contra o Fechamento das Escolas do Campo
No período da manhã, um dos momentos mais intensos foi o “Momento de Mobilização Contra o Fechamento das Escolas do Campo”, que contou com a assinatura de um documento de repúdio ao fechamento de escolas rurais e à precarização da educação no interior do estado. A mobilização também incluiu a exibição de vídeos e o anúncio de próximas ações da Frente Ampla contra o fechamento das escolas.
A coordenação da mobilização foi realizada pelos professores Edjaldo Vieira dos Santos e Andreia Dias da Silva, que enfatizaram a importância da resistência coletiva para garantir o direito à educação para as populações do campo.
Rodas de Conversa: Reflexões sobre o Futuro da Educação do Campo
Às 14h, o evento seguiu com as Rodas de Conversa, em que se refletiu sobre o futuro da Educação do Campo e os próximos passos do Programa Formacampo/2026. Três grupos de trabalho (GTs) se reuniram para discutir temas cruciais para o desenvolvimento de políticas educacionais nas áreas rurais.
O GT 1 discutiu as Diretrizes Municipais de Educação do Campo e a Matriz Curricular da Educação do Campo, sob a coordenação dos professores Antoniclebio Cavalcante Eça (UESB), Vilma Áurea Rodrigues (UNEB) e Silvano da Conceição (UESC).
O GT 2 debateu o Projeto Político Pedagógico para as Escolas do Campo, coordenado pelos professores Antoniel dos Santos Peixoto (UESC), Edjaldo Vieira dos Santos (UESC) e Ana Elisa Antunes de Oliveira (Formacampo).
O GT 3 teve como foco a Educação Integral em Tempo Integral e a Educação do Campo, com a coordenação dos professores Higro Souza Silva (UESB) e Júlia Maria da Silva Oliveira (UESC), abordando a necessidade de uma educação mais abrangente e acessível para os estudantes do campo.
Momento Cultural: A Arte e a Inclusão na Educação
Às 16h30, o encontro foi marcado por um momento cultural com a Ciranda do Formacampo, que envolveu o lançamento de livros e a apresentação do aparelho de inclusão para surdos, no projeto Sentidos do Som. Este evento ressaltou a importância da inclusão e da arte como ferramentas educativas, buscando ampliar as formas de acesso ao conhecimento nas escolas do campo.
2ª Mesa Temática: Princípios da Educação do Campo nos Planos Municipais
O dia se encerrou com a 2ª Mesa Temática, com o tema “Princípios e concepções da Educação do Campo, das Águas e das Florestas nos novos Planos Municipais de Educação”. Com a participação de representantes do Conselho Municipal de Educação de Ilhéus, Prof. Me. Pascoal João dos Santos, e da Profa. Dra. Amone Inácia Alves (UFG), a mesa discutiu os princípios que devem nortear a elaboração dos Planos Municipais de Educação para garantir a inclusão das especificidades da educação rural e a integração dos diferentes saberes e culturas presentes no campo.


