Salvador recebe I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Nordeste
Entre os dias 24 e 26 de setembro de 2025, a cidade de Salvador (BA) será palco do I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Nordeste, um evento que reunirá lideranças quilombolas, educadores, pesquisadores e representantes de movimentos sociais em um momento estratégico para o fortalecimento da educação nos territórios tradicionais.
Com o tema “Educação Escolar Quilombola é direito! Planejar e resistir para os próximos 10 anos”, o encontro tem como objetivo principal construir coletivamente diretrizes, estratégias e propostas para o avanço da Educação Escolar Quilombola nos nove estados do Nordeste, com foco no planejamento a longo prazo e na resistência diante dos desafios históricos enfrentados pelas comunidades quilombolas.
A iniciativa faz parte de uma série de encontros regionais promovidos ao longo do ano em diferentes partes do país, e integra o processo de mobilização nacional do movimento quilombola em torno da garantia de políticas públicas específicas para a educação nas comunidades remanescentes de quilombos.
Participação e organização
O número de vagas foi previamente definido de acordo com critérios estabelecidos pelo Movimento Quilombola de cada estado, visando respeitar o limite de participantes e garantir a representatividade de lideranças de base. A organização reforça que o cumprimento das orientações às caravanas é fundamental para o bom andamento do encontro.
Além das plenárias e mesas temáticas, a programação inclui rodas de conversa, oficinas pedagógicas e momentos culturais que valorizam as tradições afro-brasileiras e o protagonismo das juventudes quilombolas.
Educação como instrumento de resistência
A Educação Escolar Quilombola, reconhecida legalmente como uma modalidade da educação do campo, é fruto da luta dos movimentos sociais negros e quilombolas por uma escola que respeite e valorize a história, a cultura e os modos de vida das comunidades tradicionais. No entanto, os desafios persistem: falta de infraestrutura, ausência de materiais didáticos específicos, desvalorização dos saberes ancestrais e a negligência de políticas públicas são barreiras enfrentadas diariamente por educadores e estudantes quilombolas.
Nesse contexto, o encontro em Salvador representa não apenas um espaço de planejamento, mas também um ato de resistência e afirmação de direitos. Como destaca o lema do evento, “Educação Escolar Quilombola é direito!” e garantir esse direito é um compromisso coletivo com o presente e o futuro das comunidades quilombolas do Nordeste.