Instalação do Comitê Estratégico Nacional do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada
Nesta terça-feira (25), Eronize Lima, Assessora Técnica da Undime Bahia e Graciene Rocha de Jesus Guimarães, da SUPED que representa a Secretaria da Educação do Estado no Comitê Estratégico Nacional do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, estão em Brasília participando da segunda etapa do lançamento da ação, que teve início nesta segunda-feira (24), por meio do Presidente da República Luiz Inácio, Lula da Silva.
O Ministério da Educação (MEC) apresentou a política pública que tem o objetivo é garantir que os alunos de 6 e 7 anos aprendam a ler e a escrever. Com investimento de R$ 2 bilhões pelos próximos quatro anos, o programa inclui:
- apoio aos estados e municípios na definição de políticas de alfabetização, com metas individuais;
- 7.223 bolsas para os professores “articuladores” de cada região, que farão reuniões com o MEC e acompanharão o processo de implementação do programa;
- distribuição de materiais didáticos e apoio para construção de “cantinhos da leitura”;
- formação de profissionais nas redes de ensino;
- assistência financeira e coordenação nacional;
- premiação de iniciativas de sucesso de professores e escolas;
- avaliações diagnósticas do desempenho das crianças, com uma nova prova de leitura, além do já existente Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb);
- combate às desigualdades regionais.
Durante a cerimônia de apresentação, em Brasília, o presidente Lula assinou o decreto do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e disse que, “na pandemia, as crianças tiveram prejuízo enorme na questão educacional”. Ele atribuiu o problema à falta de coordenação nacional do MEC no governo Bolsonaro, ao longo do período de escolas fechadas e de ensino remoto frágil.
Qual é a situação atual da alfabetização de crianças?
No exame internacional chamado Pirls (Progress in International Reading Literacy Study), que avalia as habilidades de leitura e escrita de crianças de 9 a 10 anos, o Brasil ocupou a 39ª posição entre 43 países neste ano. Ficou atrás de nações pobres, como Azerbaijão e Uzbequistão.
No Saeb 2021, a porcentagem de crianças do 2º ano do ensino fundamental que ainda não sabiam ler e escrever nem mesmo palavras isoladas (como “mesa” e “vovô”) mais do que dobrou de 2019 a 2021. Os dados podem ser ainda piores, já que, na pandemia, estados registraram baixa participação no exame.
Quais faixas etárias são contempladas pelo novo programa do MEC?
O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada pretende atingir as crianças:
no 1º e 2º ano do ensino fundamental (6 e 7 anos), que estão na idade correta para a alfabetização, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
3º, 4º e 5º ano (8, 9 e 10 anos), que precisam de uma recomposição de aprendizagens, após o fechamento das escolas e os problemas no ensino remoto na pandemia.
Quais serão os órgãos do MEC que organizarão o programa de alfabetização?
Serão as seguintes instâncias:
Comitê Estratégico Nacional do Compromisso (Cenac): Presidido pelo ministro da Educação, com representantes do MEC, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação de Capitais (Consec) para liderar a política nacional.
Rede Nacional de Articulação de Gestão e Formação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (Renalfa) estadual e municipal: Órgãos que acompanham as discussões e tomadas de decisão do Cenac.
Comitê Estratégico Estadual do Compromisso (Ceec): Formado pelo respectivo secretário estadual/distrital e pelos secretários municipais de educação.