Seminário Estadual de Educação Integral e Inclusiva da UNDIME Bahia: Mesa 3 Discute Políticas de Educação Especial e Inclusiva
Na manhã desta terça-feira (18), o último dia do Seminário Estadual de Educação Integral e Inclusiva, promovido pela Undime Bahia, trouxe à tona um dos temas mais relevantes para a promoção de uma educação acessível e igualitária: “A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: Planos de Atendimento Educacional Especializado (PAEE), Plano Educacional Individualizado (PEI) e Atividades Adaptadas”. O seminário, realizado no município de Salvador, destacou a importância das políticas públicas na inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, com o objetivo de garantir que essas crianças e jovens tenham as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento que os demais estudantes.
A mesa de discussão foi conduzida por Petronílio Bispo, Secretário Municipal de Educação de Barrocas, que, com sua vasta experiência na área da educação, trouxe reflexões sobre os avanços e desafios enfrentados na implementação de políticas inclusivas, especialmente no que se refere aos Planos de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) e ao Plano Educacional Individualizado (PEI). Esses instrumentos são fundamentais para personalizar o ensino e adaptar os conteúdos de acordo com as necessidades específicas de cada aluno com deficiência.
A experiência de Barrocas no processo de inclusão
Durante a mesa de discussão, Petronílio Bispo compartilhou a experiência do município de Barrocas, onde tem sido possível observar avanços significativos na implementação de políticas de educação especial. “A educação inclusiva não é apenas um desafio, mas uma oportunidade para transformarmos a realidade das nossas escolas. Em Barrocas, temos trabalhado intensamente para garantir que todos os alunos, independentemente de suas deficiências, possam acessar uma educação de qualidade. O PAEE e o PEI são ferramentas indispensáveis nesse processo, pois permitem que cada aluno tenha um plano de atendimento adaptado às suas necessidades específicas”, destacou Petronílio.
O Secretário também abordou as dificuldades encontradas, como a falta de recursos e a necessidade de maior capacitação dos educadores, mas enfatizou que, com determinação e parcerias estratégicas, Barrocas tem avançado na implementação de práticas pedagógicas inclusivas. “Sabemos que a inclusão não é um processo simples, mas com o apoio dos profissionais da educação e o comprometimento da comunidade, é possível criar um ambiente mais acessível e justo para todos”, concluiu.

Contribuições técnicas: Profissionais de saúde e psicologia no processo de inclusão
A mesa também contou com a presença de Denise Mendes, neuropsicológica, Juliana Rocha, fonoaudióloga, e Daniela Pinheiro, psicóloga escolar, que trouxeram suas visões sobre a importância de um trabalho multidisciplinar no processo de inclusão educacional.
Denise Mendes explicou a relevância do diagnóstico neuropsicológico no planejamento educacional. “É fundamental que as escolas realizem uma avaliação precisa das necessidades dos alunos. O PAEE e o PEI podem ser ajustados de acordo com os resultados dessas avaliações, garantindo que as adaptações necessárias no ensino sejam feitas de maneira eficaz”, afirmou Denise. Ela enfatizou também a importância de envolver os pais e a comunidade escolar no processo de acompanhamento do desenvolvimento do aluno, como forma de fortalecer a rede de apoio.
Juliana Rocha, fonoaudióloga, abordou a importância de adaptar a comunicação e as atividades pedagógicas para alunos com dificuldades de linguagem e fala. “Os planos de atendimento especializado devem considerar as necessidades de cada aluno, como dificuldades na fala, na compreensão de textos ou na escrita. A fonoaudiologia tem um papel fundamental nesse processo, ajudando a criar estratégias que favoreçam a comunicação e a aprendizagem desses estudantes”, explicou Juliana.
Já Daniela Pinheiro, psicóloga escolar, discutiu a importância do acompanhamento psicológico no processo de inclusão. “Muitas vezes, os alunos com deficiência enfrentam desafios emocionais e psicológicos devido à exclusão social ou a dificuldades de adaptação escolar. O trabalho de psicólogos nas escolas é essencial para garantir que esses alunos tenham suporte emocional e psicológico, o que pode contribuir significativamente para o seu desenvolvimento acadêmico”, destacou Daniela.
Embora os avanços na implementação da educação inclusiva tenham sido destacados, também foram abordados os desafios enfrentados pelas escolas e municípios, como a falta de recursos e a necessidade de mais formação contínua para os professores. Além disso, foi discutida a necessidade de uma maior integração entre as políticas públicas, as escolas e os profissionais da saúde e psicologia, para garantir que o processo de inclusão seja realmente eficaz e que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade.
