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BahiaBrasil

Undime participa do Seminário Internacional Brasília na Rota dos Escravizados

O presidente da Undime Bahia e Dirigente Municipal de Educação de Aratuípe/BA, Anderson Passos, representou a instituição essa semana, nos dias 24 e 25 de julho, no Seminário Internacional Brasília na Rota dos Escravizados.

O evento aconteceu em comemoração aos 30 anos do Projeto da Unesco “Rota dos Escravizados: resistência, liberdade, patrimônio” e foi promovido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), em colaboração com a Unesco.

O seminário teve como objetivos resgatar a memória e dar visibilidade para a história da população de comunidades quilombolas, mostrando a importância para a formação da sociedade brasileira. Para tanto, promoveu uma reflexão sobre o tema à luz da Lei nº 10.639/2003, que inseriu a obrigatoriedade do estudo de história e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio do país.

No primeiro dia de evento, a programação aconteceu no Instituto Rio Branco, em Brasília, e contemplou a apresentação da Política Nacional de Educação para as relações Étnico-Racias e Educação Escolar Quilombola, instituída pela Portaria nº 470/2024; a exibição do documentário intitulado “Quilombolas de Mesquita, os brasileiros que iniciaram a construção da capital do Brasil”; e o lançamento dos livros da Unesco e MEC: África e suas Diásporas – História Geral da África, Volume 10; e Brasil-África: Histórias cruzadas – Ensino Fundamental 1.

“Entender a rota dos escravizados é muito interessante para compreendermos para onde vamos, partindo de onde viemos. Nesse sentido, precisamos saber a rota dos escravizados para entendermos de onde surgirmos, enquanto povo negro aqui no Brasil, quais são os espaços que os africanos ocuparam, até porque cada localidade da África tem sua história. O estudante entender como se construiu o povo brasileiro através dos africanos, é essencial até para saber onde toda essa ancestralidade vai se consolidar no futuro”, disse o representante da Undime. Anderson acrescenta ainda que é interessante parar para entender a importância do ser negro, não só na construção do Brasil, como na de outros países”.

No segundo dia, o público do seminário foi a campo e visitou o Quilombo Mesquita, localizado na Cidade Ocidental/GO. O quilombo completou 278 anos, no último dia 19 de maio, e teve um papel importante – e pouco conhecido – na fundação de Brasília.

A visita começou com um momento de acolhimento e boas-vindas que contou com falas de representantes do quilombo, do MEC, da Unesco, da Fundação Palmares e da Embaixada da África do Sul.

Na sequência, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a Escola Municipal Alípio Pereira Braga, localizada no quilombo, e que atende estudantes do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental.

Ainda sob a perspectiva de conhecer a cultura do Quilombo Mesquita, a visita seguiu com a oportunidade de conversar com pessoas que carregam consigo a bagagem das vivências e histórias locais. Dona Joana, de 99 anos, é uma das moradoras do quilombo e pode compartilhar um pouco de sua experiência.

Na sequência, os participantes conheceram as terras, plantações e produções feitas pela população local. Açafrão, hibisco, marmelo, mamão, manga, jabuticaba, mandioca, tudo plantado e colhido por eles.

Para o representante da Undime, Anderson Passos, a oportunidade de conhecer e vivenciar a cultura local é única, sobretudo em se tratando de um quilombo. “Acredito muito na relação de que só se preserva o que se conhece. Nesse sentido, ter contato com toda a riqueza da cultura, da identidade e da história de um quilombo, é essencial para entender e valorizá-lo”.

No que tange à educação, o presidente da seccional Bahia, acredita que não adianta, enquanto dirigentes municipais de educação, cobrar um trabalho relacionado à equidade sem proporcionar vivências nesse sentido. “É essencial oferecermos aos nossos professores processos de formação continuada”, destacou.

Fonte/Fotos: Undime

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